Fontcuberta, para falar de fotografia, narra um episódio da antiga mitologia em que o deus Toth defende ante Amón, o deus rei, sua invenção, a escrita.
Tua descoberta fomentará desídia no espírito dos que estudam, farão uso de sua memória, mas se confundirão por inteiro a aparência externa dos caracteres escritos e se esquecerão de si mesmos. O que tu descobristes não é uma ajuda para a memória, mas para a re-memorização e o que tu dás aos seus discípulos não é a verdade mas seu reflexo. Ouvirão muitas coisas e não terão apreendido nada; serão oniscientes, e, no geral tudo ignoraram: sua companhia será tediosa, porque se revestirão da aparência de homens sábios sem sê-los realmente. Consideramos aqui a fotografia em lugar da escrita. (FONTCUBERTA, 2004, p. 9).
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